Sem cursos específicos nas universidades brasileiras, profissionais especializados em arquitetura paisagística são raridade no mercado. Empresas já buscam no exterior. Com o atual crescimento da construção civil brasileira e a grande valorização das áreas verdes nos novos projetos, é cada vez maior a demanda pelo paisagismo nesses ambientes.
O aumento do mercado é tão intenso que as empresas enfrentam dificuldades em encontrar profissionais especializados, chegando a buscar paisagistas no exterior para atender à demanda no país.
A principal razão para essa carência de profissionais é o fato de as universidades não oferecerem cursos voltados especificamente para o paisagismo. Hoje, quem deseja seguir a profissão no Brasil encontra alguns cursos extras ou algumas matérias sobre o assunto no curso de arquitetura, mas não tem acesso a uma formação curricular completa.
Nos outros países a arquitetura da paisagem (landscape architecture) é lecionada em cinco anos, abordando assuntos como projeto paisagístico, urbanismo e botânica. São aspectos importantes para habilitar o estudante a exercer a função de paisagista com desenvoltura, mas para os quais as universidades brasileiras ainda não oferecem um treinamento tão abrangente.
O curso de Arquitetura Paisagística de Louisiana States é considerado um dos melhores dos Estados Unidos e a Harvard University costuma oferecer bolsas de estudo aos alunos que se destacam pelo mundo afora.
Intensificando essa troca de conhecimentos, alguns escritórios de arquitetura e paisagismo recebem, estudantes norte-americanos de arquitetura da paisagem, interessados no clima tropical e nas peculiaridades do nosso paisagismo, famoso no exterior por suas linhas mais soltas e projetos inovadores.
Segundo matéria publicada no Guia do Estudante e na Revista Fator Brasil, a crescente valorização de áreas verdes nas grandes cidades e a procura por melhor qualidade de vida aquece a oferta de empregos para esse profissional.
Escritórios de arquitetura e paisagismo, construtoras e condomínios são os maiores empregadores desse profissional, que atua, na maior parte das vezes, como autônomo. Ele é requisitado para elaborar e implantar projetos de paisagismo para empreendimentos. O mercado é mais abrangente nos estados do Sul e do Sudeste, onde há grande crescimento imobiliário de condomínios que possuem áreas verdes.
Outro campo de trabalho em ascensão é o de produção de mudas e plantas ornamentais. A maior demanda, nesse caso, está na região de Holambra, interior de São Paulo, e nos estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina.
Por: Inês Reis e Márcia Marques
Fonte de pesquisa: Fórum da Construção