BLOG SOBRE ARQUITETURA E PAISAGISMO. Danielle Duarte : Arquiteta e Urbanista, graduada pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais; especialista em Paisagismo pela Universidade Federal de Lavras. Especialista em Gerenciamento de Projetos pela FDC - Fundação Dom Cabral. Atua no mercado há 10 anos. Como arquiteta, tem larga experiência na área, com ênfase em planejamento e projeto de edificação; projetos de paisagismo e Gerenciamento de Projetos.
sexta-feira, 16 de outubro de 2009
quarta-feira, 14 de outubro de 2009
quinta-feira, 8 de outubro de 2009
quinta-feira, 3 de setembro de 2009
quarta-feira, 2 de setembro de 2009
PRIMAVERA
A primavera chegará, mesmo que ninguém mais saiba seu nome, nem acredite no calendário, nem possua jardim para recebê-la. A inclinação do sol vai marcando outras sombras; e os habitantes da mata, essas criaturas naturais que ainda circulam pelo ar e pelo chão, começam a preparar sua vida para a primavera que chega.
Texto extraído do livro "Cecília Meireles - Obra em Prosa - Volume 1", Editora Nova Fronteira - Rio de Janeiro, 1998, pág. 366.
terça-feira, 4 de agosto de 2009
Projetos de Burle Marx reúnem mistura rica de cores e plantas
4 de agosto - 100 anos Roberto Burle Marx
COMO CUIDAR DO JARDIM DURANTE O INVERNO
Porém, nesse período, a perda da seiva se apresenta muito mais atenuada do que durante os períodos de vegetação intensa, permitindo que, ao reiniciar a atividade vegetativa primaveril, a planta emita as brotações com viço, sem desgaste de forças para a reposição da seiva e com mais resistência a pragas e doenças. Mas esse estado das plantas no inverno não significa que não precisem de cuidados, muito pelo contrário. Os cuidados prestados às plantas durante o inverno vão refletir na saúde e no vigor com que desabrocharão na estação seguinte.
O inverno é um período de baixa manutenção, mas que exige alguns cuidados, para que as plantas o atravessem com vitalidade. No paisagismo, é o momento de planejar, escolher as espécies que vão ser plantadas na próxima estação, decidir como serão os canteiros e preparar a terra para as intensas atividades da primavera.
Com os devidos cuidados, as plantas dos jardins e dos vasos podem resistir bem aos efeitos do frio. Além disso, muitas espécies enfeitam e colorem nosso inverno, pois florescem nessa época.
O período também é bom para fazer o transplante de trepadeiras, arbustos e árvores que estiverem em seu período de dormência; também é um ótimo período para plantar bulbos.
Os bulbos são plantas curiosas: em forma da batata, “guardam” uma planta inteira em estado latente, que tem energia para cumprir o ciclo completo de crescimento. Quando acaba a floração, a parte aérea seca e some, mas volta a crescer e florescer no ano seguinte. Os bulbos plantados na estação fria terão belas flores no início da primavera. São ótimas opções de bulbos: amarílis (açucenas), lírios, gladíolos, helicônias, dálias, dentre outros.
Exemplos de espécies que florescem no inverno são: Amor-perfeito (Viola tricolor), Azaléia (Rhododendron indicum), Bico-de-papagaio (Euphorbia pulcherrima), Caliandra (Calliandra tweedii), Congeia (Congea tomentosa), Cravo (Dianthus caryophyllus), Delfínio ou (Delphinium ajacis), Glicínia (Wisteria sinensis), Ipê amarelo (Tabebuia chrysotricha), Ipê rosa (Tabebuia pentaphylla), Jasmim-amarelo (Jasminum primulinum), Jasmim-manga (Plumeria sp.), Kalanchoe (Kalanchoe blossfeldiana), Orquídea Cymbídio (Cymbidium híbrido), Eritrina (Erythrina speciosa).
O inverno também é época propícia para o combate de pragas e doenças. A maioria delas reduz sua proliferação nesse período, sendo um bom momento para controlá-las de forma mais eficiente. Fugindo à regra, algumas doenças fúngicas aumentam nesse período, principalmente em regiões com longos períodos chuvosos. O mesmo acontece com as lesmas e caramujos, que se aproveitam da umidade e da temperatura amena para devorar as folhas verdes.
Para evitar a infestação por essas pragas e doenças nesse período, quando as plantas estão mais sensíveis, é importante remover os restos das plantas anuais de verão, que estão mortas ou fracas nos canteiros. É preciso retirar galhos secos, flores, frutos e folhas caídos e colocá-los na compostagem. Essa medida ajuda a manter as pragas afastadas. Pulverizações preventivas, com fungicidas a base de cobre, como a calda bordalesa, devem ser realizadas pelo menos a cada mês nas frutíferas, orquídeas, arbustos, mudas, sementeiras, etc.
A adubação química dos jardins no inverno deve ser evitada. No entanto, a correção dos solos deve ser feita nessa época. Para isso, aconselha-se uma análise do solo, que, tal como a correção, deve ser executada por um profissional.
Nas plantas que estão em crescimento, floração e frutificação, adubações são bem vindas, principalmente com os adubos orgânicos, que têm liberação mais lenta. Em locais frios, misture esterco bem curtido e farinha de ossos à terra dos canteiros e dos vasos de bulbosas, petúnias, roseiras, prímulas, begônias e amores-perfeitos.
No geral, as adubações são recomendadas apenas para as plantas que se desenvolvem e florescem no inverno.
O inverno é também o tempo ideal para preparar os jardins para a chegada da primavera, e a poda é sem dúvida um desses cuidados primários que devem ser tomados durante o inverno. Com a dormência, muitos galhos ficam secos. A sua remoção feita cuidadosamente fará com que a planta revigore mais rapidamente ao chegar a primavera, período em que a seiva volta a circular com todo o vigor, porque apenas será direcionada para as partes saudáveis da planta.
Não é muito difícil reconhecer as plantas que podem ser podadas nessa época. Geralmente, essas plantas são as originárias de clima temperado e as que perdem as folhas no inverno. Não são recomendadas as plantas que estão em flor ou com botões, mesmo que tenham perdido as folhas, pois elas não estão dormindo, estão em plena atividade.
No inverno típico de nossas regiões subtropicais, um pouco de atenção com o jardim pode garantir uma estação com flores e frutos, o que constitui uma preparação das plantas e do solo para a primavera que se aproxima. Algumas plantas são naturalmente resistentes ao frio, não exigindo tarefa alguma no inverno, como as coníferas (pinheiros e ciprestes).
Há também exceções quanto à época de poda. É o caso, por exemplo, da necessidade de uma poda urgente de uma árvore que esteja comprometendo uma construção. O fato de ser feita a poda em outra época do ano não chega a matar a planta. Porém, a exceção não contraria a regra: existe a época mais adequada para esse importante trato cultural das plantas. A orientação geral a ser seguida é a de que todas as plantas devem ser podadas após as fases de floração e de frutificação.
Mas existem algumas espécies, notadamente aquelas utilizadas para a formação de sebes, que requerem podas durante todas as estações do ano, menos no inverno, quando entram em repouso vegetativo. Entretanto, para que haja maior precisão, tais podas devem ser denominadas tosas, porque atingem apenas superficialmente as extremidades da vegetação. Espécies que requerem podas nesse período são: Roseira, Macieira, Pessegueiro, Ameixeira, Figueira, Clerodendro, Pereira, Videira, Abélia, Kiwizeiro, Bico-de-papagaio, Cipó-uva, Jasmim, Framboesa, Acácia-mimosa (após a floração).
Com relação às regas, devemos observar certas situações: o inverno é por natureza um tempo frio e úmido. No entanto, temos assistido nos últimos anos a períodos longos de ausência de pluviosidade durante o inverno. Nesses casos, pode ser necessário proceder à rega dos jardins. Mas atenção: o frio provoca menos evaporação e transpiração nas plantas e no solo, o que faz com que a rega possa trazer consequências trágicas às plantas do seu jardim. A água em excesso em combinação com o frio pode provocar o surgimento de fungos e apodrecer as raízes. Portanto, a melhor maneira de determinar se o seu jardim necessita ou não de rega é utilizando a ponta do seu dedo: enterre-o na terra do jardim e "meça" a umidade através desse princípio empírico e simples que continua a ser o mais eficiente.
As plantas de interior devem ter suas regas reduzidas nessa época do ano, porque, com a redução do calor, diminui também a necessidade de água nas plantas.
Outro cuidado importante é regar as plantas pela manhã, por dois motivos. O primeiro é que a rega à tarde e à noite faz com que a terra permaneça muito tempo úmida, favorecendo o aparecimento de pragas e doenças. O segundo motivo é que, caso tenha ocorrido alguma geada à noite, o gelo pode derreter antes do sol, evitando, assim, as típicas queimaduras nas folhas.
As regiões que apresentam inverno muito seco, como é o caso do Planalto Central, exigem observação constante da taxa de umidade do solo. De modo geral, nesses locais, a vegetação solicita regas menos espaçadas, pois a evaporação ocorre em níveis muito rápidos. Mesmo as cactáceas, que em outras regiões quase não precisam de água, devem receber regas periódicas, sempre que você perceber que a camada superficial do solo está muito seca.
Nas regiões Sul, Sudeste e em certas localidades da região Centro-Oeste, as baixas temperaturas hibernais tornam a água da torneira fria demais para ser utilizada diretamente nas plantas. Procure regá-las com água ligeiramente morna.
Para finalizar os cuidados com o jardim no período de inverno, se necessário, faça uma proteção contra o frio: coloque cobertura morta nos canteiros. Essa cobertura, além de servir como isolante térmico, irá repor a matéria orgânica, melhorando a fertilidade e a textura do solo, bem como proteger as plantas na estiagem. Serragem, casca de pinus, folhas secas, apara de grama, entre outros materiais podem ser utilizados para formar essa cobertura.
As plantas tropicais também merecem uma atenção especial no frio. Elas são sensíveis às geadas e às temperaturas muito baixas e devem ser protegidas durante a noite com lonas, plásticos, tecidos de tnt ou mantas bidim. Esse cuidado serve também às hortaliças, assim como às mudas de flores e forrações mais delicadas.
Por tudo isso, observamos que os devidos cuidados tomados com as plantas no período de inverno, propiciarão um jardim mais bonito, saudável e vigoroso na primavera.
Então, mãos a obra para começar o quanto antes, se quisermos manter nosso jardim cada vez mai bonito e florido nas próximas estações do ano!
JARDINS EM APARTAMENTO
PROJETO VARANDA RESIDENCIAL - BH
Planta Baixa Planta Baixa Tratada Vista Frontal Vista Lat. Direita Vista Lat. Esq.
segunda-feira, 3 de agosto de 2009
Ter uma horta não é privilégio apenas de quem mora em casas com grandes terrenos. É completamente possível cultivar condimentos e ervas em apartamentos ou em espaços pequenos, desde que o local seja bem iluminado, apresente boas condições de irrigação e tenha solo de boa qualidade. Algumas espécies se adaptam melhor em canteiro, são elas: alecrim, manjericão, estragão, camomila, capuchinha, cebolinha, erva cidreira, hortelã, orégano, pimenta-dedo-de-moça, salsinha e sálvia. Aprenda como montar um canteiro e a cultivar algumas espécies: Você vai precisar de um vaso grande ou uma jardineira (pode ser de plástico ou de barro), terra, húmus de minhoca, mudas de ervas de boa procedência.
- Mantenha regas regulares, mas nunca encharque a terra. - Retire folhas velhas, amareladas e secas e verifique periodicamente se não há ataques de pragas. Nesses casos, evite produtos químicos e use apenas inseticidas naturais (calda de fumo, calda de sabão, etc.), pois as ervas serão utilizadas como tempero e no preparo de chás.
Cebolinha verde A cebolinha (Allium schoenoprasum) é uma planta bulbosa do mesmo gênero do alho e da cebola. Suas folhas formam um tubinho oco e têm um aroma suave de cebola, bastante apreciado em inúmeras receitas. Pode ser semeada em pequenos vasos de barro, mas se você quiser ter esse tempero mais rapidamente, uma solução prática é aproveitar as mudinhas que são vendidas na feira. Para isso, quando comprar cebolinha, corte as folhas para uso e plante os toquinhos, com um pouco da raiz. Em pouco tempo, as mudas vão soltar brotos vigorosos e perfumados. Ao plantar, não esqueça que a cebolinha gosta de solo fértil, rico em matéria orgânica.
terça-feira, 21 de abril de 2009
NOVOS PROJETOS!!!!!
NOVOS PROJETOS!!!!!!!!
PROJETO PAISAGISMO RESIDENCIAL - BH/MG
segunda-feira, 6 de abril de 2009
PAISAGISMO: VESTIMENTA DO PROJETO ARQUITETÔNICO
PAISAGISMO: VESTIMENTA DO PROJETO ARQUITETÔNICO
Os condomínios residenciais da cidade ganham cada vez mais com a diversidade de itens disponibilizados pelas construtoras. A fim de garantir mais conforto e qualidade de vida aos moradores, as construtoras apostam em projetos de paisagismo belíssimos, que variam conforme o espaço do terreno.
O paisagismo chega aos empreendimentos cada vez mais personalizados e tende a ser um item essencial.
O que ocorre é que, em um produto imobiliário, o apartamento pode ter maior flexibilidade possível para o morador personalizar o ambiente, mas isso não se torna suficiente. Com terrenos maiores, a utilização para área de lazer e paisagismo vem agregar muito em termos de qualidade de vida.
Na verdade, o paisagismo é uma vestimenta que complementa o projeto arquitetônico.
Na busca de um diferencial, as construtoras apostam nesse item, que chama a atenção dos moradores, os quais priorizam o contato com o verde. O paisagismo influência positivamente nas vendas, pois valoriza o empreendimento e torna o ambiente mais agradável e bonito.
Os projetos de paisagismo procuram sempre levar em conta o terreno e as plantas já existentes no local, onde já há árvores nativas de grande porte, elas podem ser integradas ao paisagismo.
Questões ambientais, associadas a uma procura por espaços que trás conforto e bem-estar, estão dentre as exigências dos clientes hoje em dia. Assim, investir em um bom projeto de paisagismo não só atende a essa demanda, como valoriza o empreendimento no mercado.
As empresas só têm a ganhar com um bom projeto de paisagismo, que vai traduzir em espaço, os sonhos do cliente, além de ser um item fundamental na valorização dos imóveis.
Os projetos paisagísticos são feitos conforme a projeção do terreno. O projeto deve se adequar ao conceito do imóvel e às expectativas dos moradores, tendo sempre a preocupação com o meio ambiente. Além disso, deve ser planejado no início do empreendimento, sendo adequado aos equipamentos da área de lazer. Em qualquer caso, agrega valor ao empreendimento e cada projeto tem de ser muito bem pensado e adaptado ao projeto de arquitetura.
Para isso, é analisado todo o espaço da área de lazer e do prédio a ser construído.
Normalmente, procura-se humanizar o máximo possível os ambientes, com muita sombra, árvores, pergolados, locais para descanso ou iluminação, com efeito, teatral. O paisagismo está literalmente ligado ao partido arquitetônico que vai tomar. Deve ter atenção com relação à insolação porque o morador quer ter uma piscina que pegue sol, mas que tenha uma sombra também e muitos projetos não relevam esse aspecto.
Outro aspecto importante é a determinação das plantas que serão agregadas ao projeto. Além do conforto estético que promove, tem a questão de melhorar o microclima local. O projeto tem de ser belo, que encante o cliente.
Com relação à vegetação, na verdade, o ideal está vinculado às necessidades de cada projeto, que condições de clima, programa e usuário vai atender, privilegiando sempre o uso de espécies nativas, atrativas da flora e adequadas ao clima e que sejam de fácil manutenção.
As construtoras ressaltam ainda que são analisados todos os custos do projeto para que a manutenção futura seja viável para o morador. Esse é um item importante a ser considerado num projeto de paisagismo e que deve ser pensado privilegiando o uso de espécies nativas, pouco exigentes no consumo de água, e espécies com baixa manutenção, pois isso também se reverte como benefício ao meio ambiente através do uso racional dos recursos naturais.
Outra preocupação é avaliar como cada planta estará com o passar dos anos. Em muitos empreendimentos, já há um trabalho de paisagismo no início da obra, com a plantação de algumas mudas, que estarão maiores ao final da construção.
As plantas e materiais utilizados no projeto paisagístico variam conforme a região brasileira, já que cada produto se adapta de maneira distinta a cada ambiente.
Por: Samila Magalhães
Fonte de pesquisa: ComuniWeb
quarta-feira, 11 de março de 2009
Mais Decoraçao
OBRAS DE ARTE
terça-feira, 10 de março de 2009
TRABALHO APRESENTADO PARA A OBTENÇÃO DE TÍTULO DE ESPECIALISTA EM PAISAGISMO PELA UNIVERSIDADE FEDERAL DE LAVRAS - AGOSTO DE 2008
Essa comunicação tem por objetivo apresentar um estudo em que se analisa a influência do paisagismo no conforto ambiental térmico, acústico e visual em ambientes externos. De acordo com os dados levantados na pesquisa que será apresentada, é possível afirmar que a vegetação tem de fato um papel preponderante na atenuação da radiação solar incidente e na obtenção de um microclima, que proporciona maiores condições de conforto térmico. Além de absorver o calor, a vegetação age também na absorção de ruídos, atenua o sentimento de opressão e de distúrbios, porque aprimora o senso estético e tranquiliza e harmoniza o ambiente. A possibilidade de se criarem ambientes externos ecológicos e ergonômicos, por meio da preservação e da criação de áreas verdes, é primordial para o bem-estar humano. O presente trabalho utilizou como estudo de caso o paisagismo implantado em uma empresa na cidade de Nova Lima, localizada no Estado de Minas Gerais.
Nessa empresa, foi possível observar os benefícios proporcionados por um planejamento minucioso da aplicação do paisagismo em sua área externa, a fim de proporcionar maior conforto ambiental para os trabalhadores e para os clientes que frequentam o local. O conforto ambiental em áreas abertas, utilizando o paisagismo, ainda é pouco estudado, em relação ao conforto no interior dos edifícios, que tem sido objeto de um número maior de estudos. Isso se deve ao fato de que o espaço aberto é muito mais incontrolável e imprevisível do que uma sala, por exemplo. Essa discussão ainda é incipiente. A preocupação, quando existe, está direcionada para o conforto no interior de edifícios. Por isso, podemos considerar como inovação os estudos realizados para o conforto no espaço externo; no mercado, esses estudos parecem ser algo inédito. A questão das áreas verdes, principalmente em áreas externas, contribui para a melhoria da qualidade do ambiente e, consequentemente, para uma melhor qualidade da vida, porque, além de levar em conta o caráter biofísico (como um sistema de sustentação da vida), a questão das áreas verdes busca um dimensionamento físico mais real e uma interação do meio urbanizado com o meio natural.
Atenuação térmica
A ausência de vegetação, aliada a materiais que são utilizados sem planejamento prévio, tem alterado significativamente o clima dos agrupamentos urbanos, devido à incidência direta da radiação solar nas construções. Como consequência desse fenômeno, que tem transformado as cidades em verdadeiras estufas, o consumo de energia para resfriamento de interiores vem aumentando consideravelmente nos últimos anos. Rivero (1986) afirma que a vegetação absorve 90% da radiação visível e 60% da infravermelha, sendo o restante transmitido entre as folhas ou refletido. Como efeitos particulares causados pela vegetação, podem ser citados o umedecimento do ar através da emissão de vapor d’água pelas folhas, a proteção contra ventos fortes, o efeito acústico sobre os ambientes e a dosagem das radiações de curto e grande comprimento de onda (IZARD e GUIYOT, 1983).
Atenuação sonora
A atenuação sonora proporcionada com o auxílio do paisagismo é algo cuja eficácia ainda está em estudo. Mas há de fato uma redução nos níveis sonoros, quando o som passa por uma barreira vegetal. O balanço das folhas provocado pelo som reflete a transformação das ondas sonoras em energia cinética, reduzindo, assim, os níveis sonoros do ambiente. Entretanto, torna-se necessário estudar o quanto isso é eficaz para diminuir os barulhos urbanos, que são um grande problema na atualidade.
Com a preocupação recente em torno da poluição sonora, a construção de barreiras de vegetação tem encontrado aplicação satisfatória e mais imediata. A formação florestal de isolamento acústico vem ganhando aceitação no mundo inteiro, sobretudo pelos aspectos ecológico, estético paisagístico e salutar que apresenta.
Formas de atenuação sonora – estudo de caso da implantação do paisagismo autossustentável em empresa de Minas Gerais
O tratamento ambiental acústico pode ser efetivado com o uso de barreiras acústicas naturais. De acordo com estudo realizado pelo DNIT, níveis de ruídos contínuos acima de 90 dB (A) têm efeitos maléficos ao desempenho de várias atividades humanas, reduzindo a sua performance, assim como são a causa de várias doenças do sistema nervoso auditivo. Essas doenças são uma resposta ao stress, que, combinado com outras causas, poderá gerar a perda da audição.Para se analisar a eficácia da redução acústica, utilizando o paisagismo como barreira vegetal, tomou-se como exemplo o paisagismo da área externa de uma empresa situada às margens da BR 040, na cidade de Nova Lima, em Minas Gerais.
O projeto paisagístico foi desenvolvido, considerando a necessidade da diminuição dos ruídos. Para isso, foi feito um estudo prévio e o planejamento da utilização de massas de vegetação como uma das alternativas para a absorção da poluição sonora, proveniente do fluxo constante e do tráfego pesado de veículos de carga que trafegam pela BR. Além disso, o paisagismo visou também proporcionar o contato dos funcionários e clientes com a natureza, levando-se em conta a criação de áreas de descanso, geradoras de conforto e satisfação.
A pesquisa a ser apresentada nessa comunicação nos permitiu verificar que o paisagismo bem planejado e bem empregado em áreas externas, além de contribuir de forma significativa na estética dessas áreas, o que já era um fato conhecido, contribui muito para a obtenção do conforto ambiental. Isso porque o paisagismo melhora o conforto térmico desses ambientes, atenuando o calor. O paisagismo é, de fato, um meio natural, ecologicamente correto e autossustentável de minimizar os problemas ambientais, que vêm causando muito desconforto principalmente para quem vive nas grandes cidades, onde o conforto ambiental tem se tornando cada vez mais uma premissa bastante importante para a obtenção de uma qualidade de vida melhor.
PAINEL APRESENTADO PARA CONCLUSÃO DA ESPECIALIZAÇÃO EM PAISAGISMO - AGOSTO 2008